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16 de Abril de 2024
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    Flash: Caron sustenta inocência e debates orais começam

    Publicado por JurisWay
    há 15 anos

    Começaram às 16h30 os debates orais entre Ministério Público (MP) e defesa no julgamento que apura a responsabilidade do ex-médico Marcelo Caron pela morte da advogada Janet Virgínia Novais Falleiro. Iniciado às 14h30, o interrogatório durou duas horas, tempo durante o qual Caron sustentou sua inocência e afirmou que, na prática, estágio e residência médica são inteiramente semelhantes, o que o faz crer que tinha plena capacidade de atuar como cirurgião plástico. A previsão é de que a sessão termine após as 21 horas. "O estágio, que foi o que fiz no Hospital Mário Gatti, é o mesmo que residência. Apenas não tem o reconhecimento do Ministério da Educação e Cultura (MEC) nem garante remuneração ao estagiário. Contudo, as práticas são as mesmas, o aprendizado, o mesmo", explicou. Para Caron, as cassações de seus registros pelos Conselho Regional (CRM) e Federal de Medicina (CFM) foram as mais rápidas já vistas por ele no Brasil. "Na época em que as acusações caíram sobre mim, o CRM vinha sendo taxado de corporativista pela mídia e considerado uma espécie de máfia branca e é sob essa pressão que meus registros foram cassados", afirmou.

    Lembrando que não recorreu da sentença que o mandou a júri popular, Caron afirmou que fez questão de se submeter a julgamento, pois acredita não ser responsável pela morte de Janet. "Há casos e casos e, neste, tenho certeza de minha inocência", afirmou, chorando, e lamentando o fato de a equipe médica responsável pelo tratamento da vítima não ter assumido sua parcela de responsabilidade pelo fato. "Não houve hombridade", afirmou.

    Segundo o ex-médico, durante a lipoescultura realizada por ele, houve a perfuração das alças do intestino da vítima, situação que, em seu entendimento, requeria a realização de drenagem. "Contudo, quando a outra equipe assumiu, eu me mantive firme na convicção de que era necessário colocar um dreno e, diante da resistência dos colegas, fui afastado do caso e eles seguiram o tratamento. Fizeram uma laparotomia e o resultado foi fatídico. Apenas após a terceira cirurgia é que admitiram que realmente o dreno era necessário. Mas aí já era tarde demais" comentou.

    Ainda durante o interrogatório, Caron foi questionado pelo MP sobre os 29 casos de lesões corporais pelos quais foi acusado, oportunidade em que ele afirmou que já foi absolvido de 25 deles. Ele garantiu, também, ter conhecimento de outros médicos em Goiânia que cometeram muitos "e até mais" erros do que os que lhe foram atribuídos. Concunhada de Caron, Janet morreu em 14 de janeiro de 2001, no Hospital e Maternidade Vida, no Setor Marista, região Sul de Goiânia, cinco dias depois de se submeter a uma lipoescultura com ele. O procedimento teria causado complicações que lhe causaram a morte por septicemia aguda.

    Texto: Patrícia Papini e Cleomar Almeida

    Foto: Aline Caetano

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